A Máquina

Saber o que fazer..

Por mim escrevo e não sei com que intenção.. pelo que muito de mim não me mostro, e encerro profundamente em mim..

deitei-me inerte na cama, e falta-me o papel. falta-me tudo o que preciso para um testemunho deixar de tanta coisa que vai dentro do meu coração, coisas a mais na cabeça, coisas que não tem explicação aparente.. apenas o dedo mantenho acordado porque ele sabe o que fazer.. sabe em que tecla carregar, e não se esquece de como pode limpar.. Tanto que me apetece berrar, gritar, explodir, e pedir aos Céus..

Que triste é viver..

Fechei a porta, fechei-me de todo e qualquer movimento, mas a dor não a tranquei, porque recordei.. a memória não mais se tapa de alegria, mas sim de saudade, de tristeza, incerteza e medo.. Voltei a lembrar de como aquilo era.. Risos.. Os três voltaram a ficar completos, nem que meros momentos.. e três são cinco onde o que ficou não esqueceu.. serão as asas de um anjo vermelho a recordação de uma etapa..

A Máquina parou..

Não sei o que fazer, com isto que está acontecer.. estou completamente perdido no mundo em que não sinto ter lugar.. quero rasgar tudo de mim e largar..

A viagem começou..

Estou numa viagem que só agora entreguei o bilhete.. a paragem final é aquela que tenho receio de chegar e ficar por dizer.. escrevo à deriva, porque as palavras são o reflexo da mente.. Não me perdoo.. eu sei que vou ficar, e perder, mas se perder mais que não me perdoar, não me vou enfrentar.. amor de irmão até ao dia da minha morte.. até ao dia em que chegar ao fim da viagem, não quero perder..

É de pedir aos Céus, a mim, a ti e a Deus..

Isto não mais é que uma gota no meu oceano, que ultimamente vou guardando em mim.. estou à deriva sem farol que me faça encontrar um porto seguro.. A mensagem que quero arrancar de mim, continuará encerrada num cofre, imerso em mim.. Mas vou esperar que se alguém existe mesmo, não perca mais porque no dia em que perder, morri!

Eu quero é ser feliz
é de pedir aos céus..

Porque este amor é teu,
e eu já só vou amar..
Que bom não acabou,
A Máquina acordou!