Tu, vês branco..
Eu, via verde..
Tu, castanho..
Eu, estranho..
Tu, em casa..
Eu, aqui..
Tu, aí..
Eu, buraco..
Tu, presidente..
Eu, caminho, pé ante pé, e acompanhado vivo um silêncio, silêncio esse que murmura e encosta ao ouvido o sopro de uma despedida.. Esse silêncio, que vive de medo e tristeza.. Não se fazem regras para evitar o até já, o adeus.. não se fazem regras para viver no silencio, num toque dos lábios no copo.. não se fazem regras para se perceber o porquê de um passo..
Foi um, foram dois, talvez três, não sei.. Não tomei atenção, porque a cada passo que dava em frente, mais em mim sentia vontade de regressar.. e ver-te, caminhar sem ninguém do teu lado.. e a chuva a bater nos vidros da frente..
O sol foi abrasador, queimou me a pele, enquanto nos sentávamos na esplanada.. foram Águias, Cabras, Pinguins, Pandas.. Ticos e bzzz's..
Foram 48 e uns extras.. e eu não queria voltar.. A Lua guardada na minha memoria, o nascer do sol que aconteceu e não se viu..
Senti-me agarrado, zourado e abraçado.. Senti que o mar verde, no qual navego, é ainda o mar que retém a suavidade da luz, do veludo.. Senti também, o perigo, o rasgar do peito com um voraz desejo de liberdade.. Senti..
Senti o fumo do cigarro que sai num leve movimento de bocas.. o cigarro que encheu o espaço de uma névoa onde o farol estava no centro, como que num palco, num monumento, no centro de uma festa..
E tudo assim correu como corre o vinho por uma garrafa que se adivinha quase vazia..
e assim os passos e o silencio.. esse conjunto me levou para longe de ti.. e agora, o meu coração se pergunta incessantemente.. Até quando?! Até que momento.. Até onde, eu voltarei a estar.. assim.. eu.. tu..!
Eu, sentado..
Tu, de pé..
Eu, em águas de pedras..
Tu, em clarões silenciosos..
Eu..
Tu..
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